quarta-feira, 31 de outubro de 2012

POIS É

(Por Diego EL Khouri)



na terra dos poemas

dionísio bate a porta
no toque sutil da melodia
a inspiração se encontra
e explode.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

BODISATVA SAFADO





(Por Diego EL Khouri)
E que ninguém ouse frear essa língua! Que as sete pragas venham por sobre a cabeça de quem o tentar! 
Alexandre Mendes



Nasci torto
desgarrado
filho errado
poeta embriagado

bodisatva safado
demônio enjaulado
o hermético soldado
perante grades malfadadas

um siso ferido carcomido
nas geleiras polares

cristo perdido e sozinho
sem um único amigo ou vizinho

querem ver-me aprisionado
aqueles que me tem carinho

mas quem me levou
a terra dos ordinários
só pode querer ver-me
aprisionado

anjo  errado
desgarrado
imaculado
deus torto
louco
embriagado.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

NO INÍCIO


No início, Deus criou o céu e a terra.
A terra estava sem forma e vazia; as trevas
cobriam o abismo e um vento impetuoso
soprava sobre as águas.
Deus disse: "Que exista luz!" e a luz
começou a existir.
               Gênesis, capítulo 1 - vers. : 1 a 3.

No início a aurora fervescente.
A terra sem forma e vazia.
Sem o possesso, a dor, a luz,
o silêncio se angustiam.

Faltava ainda a claridade.
No princípio a vida não existia.
- Permanece Morta a liberdade.
Em transe percorre o céu, sombra minha.

Deus entregou ao firmamento
sua cara desnuda banhada de sangue
e a luz ainda, ainda incógnita...

Os trilhos do trem, coração inchado no chão.
A bala se transformando em poesia.
E a luz ainda, a lua ainda, ainda...

terça-feira, 23 de outubro de 2012

BRINCAR DE DESTINO

(Por Diego El Khouri)

Vejo que vivo
as sombras da ruína.
Amargo estupor.
Criança que no sorriso
       se acalenta
envolta em amor.

Se busquei ar
nas plagas azuis
do outro lado da rua
        ou
nos confins do mundo

se tentei amar
mesmo quando o sangue
descia pelas ventas

se amolei a faca
e brinquei nos meus pulsos
um destino

                 a poesia NÃO

não pereceu totalmente
  como minha alma, minhas idéias
   meu corpo
essa tríade subversiva
da jornada incomum de todo poeta-fogo.