quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

LUZ PENETRANTE



          I    


(Por Diego EL Khouri)

A visão pálida a vislumbrar todas as estrelas
brilhantes que rasgam o céu
mulher  de pele desguarnecida 
arrebol e nuvens que transam
penetrando cores e desenhos

 sentinelas a perscrutar  o frêmito
do tempo  na alvorada reluzente
e pergunto a quem pode
corromper na resposta
todos os ensinamentos tolos  da vida

e pergunto e não tenho saída

ébrio que bebe o mijo
dos antigos surrealistas
para mascarar  a viagem
em dia e noite
o sol a brilhar a praia
espuma branca
e o cheiro da cannabis
que envolve e chama


e pergunto e não vejo saída

apenas a luz
de seu olhar penetrante
a forma como anda
e transparece uma malícia radiante
pura poesia boba
copo de cerveja pela metade
lábios  unidos em volúpia
porre em noite enluarada
a solidão do quarto
e uma mijação sem parar que não acaba


por que olho e não reparo
as cicatrizes que desenham sua face?
caminho da praia sua casa
em todo bar e sarau te encontro
mas prefiro zonas vulgares

rainha alada, saiba que o poeta
nasceu para xingar-berrar-gritar
romper limites e barreiras
é o que eu  tenho falado

e não veja em mim uma saída
nem me roube  todo pecado


          II

São olhos, olhos de intensa luz...
Brilho inefável que não cessa...
Um bocejo aqui e logo ali a janela
a suspirar lembranças de amor...
Uma gota de orvalho nas pétalas.

Tudo tem começo, meio, fim.
Comigo foi tudo muito rápido enfim.
Pássaro sem asas caído por aí
jogando-se em becos e bares
bebendo até a última gota do barril.

Comigo foi tudo muito rápido sim.
Muito rápido enfim.
Tudo muito rápido sim.
Muito rápido enfim.

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