(Edu Planchêz)
Há tantos anos folheio "CEM ANOS DE SOLIDÃO"
e nunca chegava a coragem para devorá-lo
O tempo é chegado, as primeiras páginas...
Gabriel García Marques, um colombiano?
Nas minhas simples contas, mexicano
Como Sócrates nada sei
Possuo nada mais que algumas
noções gramaticais e...
Na verdade nunca
me interessei pelos estudos obrigatórios
Vejo Raul Seixas tangendo a môsca azul
para a noite das estrelas compactas
(CD's, Fitas e os velhos discos)
Aposto num "pop florestal"
A vitória régia me seduz
e o neón me induz aos palcos
A cidade no mato
O mato prateando meus pés
Não creio que isso seja um poema
Ao mesmo tempo confesso minha majestosa vaidade
A música exerce um papel-fino em meu diafragma
Seguro meu pênis,
Vontade de me masturbar sem nenhuma razão aparente
Nu sobre uma almofada em cores quadriculada
Sobrevivi a tantas chuvas-fraturas-expostas
Sobrevivi
Rock
Elvis
Pepitas sonoras se desintegram em minha cama
projeto da luz
Rock
Forte jato de almas cantoras
impregnando o esquálido teto da casa que me abriga
Rock:
mil páginas para ele
A consciência me chega
O que é ter uma vida voltada apenas para os prazeres?
Chamo o poema
Ouço minha voz
"HOPW!"
East Village
Parque Novo Horizonte
O Uivo mais secreto de nossas casas
A folha que se entorta na máquina
Edgar Allan Poe merece o cantar de Chico César
Eu mereço a sintonia absoluta com o centro vital do universo
Deuses celestes
Poetas banidos voluntariamente das academias de araque
Esses santos são extremamente magros
e suas catedrais por demais fedorentas
Sacerdotes que abandonaram o mundo coberto de "lama"
para tentarem florir longe das pessoas impuras (em seus julgamentos)
acabaram perdendo completamente o humanismo
Ninguém merece tal coisa
A única ave
que se atreve ao sol
sou eu a borboleta inesquecível
Brasil
País cravado na vagina da América do Sul
Esse é o meu pedaço de planeta
Tal grão
Tal grau de latitude zero
(Ouço um sax negro, é a voz noite de Louis Amstrong)
Brasil de meus sonhos
Aqui ejaculo meus poemas
A qual América pertenço?
Brasil meu reino absoluto
Afino-me com a África pigmentar
e com os flamingos da Índia
Um vulto moreno negro aterrisa dançando
em todas as partes dessa escrita aromática
Batuca um blues, meu caro condor!
Batuca uma rumba, minha sariema!
Madrepérola da madrugada alçando um vôo atonal
sobre nossos colchões de todas as Américas
Aterriso nessa escrita com os oito passos de Sensei
Vejamos o piano pousado
no platô daquele penhasco de Pompéia
O poema rei se entope de rock
e cospe o fogo do embrião estelar
nas bocas dos pássaros que somos
Nosso reino, essa terra de frutas-pessoas
De coração para coração
De flor para flor
As flores nascidas na lama da miséria
alcançarão a magnitude de um sol
(Se lutarem convictas,
nos garante Sensei)
Em frente!
A montanha inoxidável nada representa
diante da determinação de um guerreiro iluminado
Vinde pássaros que sou pássaro,
projeto único de minha natureza profundamente humana
A flor que enfrenta sua miséria alcança
a magnitude de trinta bilhões de sóis
Estômago vazio, zero centavo em algum lugar
Duas latas para mantimentos
de alumínio prateado pousadas na mesa
Um mundo gigante acima e abaixo de meus doces pés
Nada de solidão
Cobranças, cobranças e muito mais cobranças
Do pai, da mãe, da ex-mulher,
dos irmãos, do atual sogro,
de mim para mim e do Estado
Meu pai comprou um GOL do ano
Minha atual mulher diz
que tomaremos água doce para matar a fome
Hoje estou a dar risadas da fada miséria
No calendário cristão é natal
Alimento-me de música
Sopa de música fumegando colcheias
sobre os telhados de toda a vizinhança
Música ralada enfeitando o macarrão invisível
Música roncando em meu estômago
Mastigo música
Bebo música
Peido música
Mijo música
Cago canções geniais dignas de um Mozart urbano,
urbóide, um bode, uma cabra, uma cobra, um leão,
um tiranossauro rex pra lá de gliter,
muito além do peso do mundo cético
que gentilmente me cerca
Acho que sou gênio e que a fome é linda
Nitiren diz que o que se passa nesse mundo
é apenas um milésimo do que passamos no outro
Então me mostre razão para lamentações
Eu que já cuspi sangue de demônios
de todos os céus imagináveis
cuspo música
Led Zeppelin/Rock/Reggae/Frutas/Flautas
Violões pratificados de terra sobrevoam
os móveis da sala,
diante do meu oratório
Budas vindos de todas as direções do universo
ouvem a música maravilhosa
que nos embala para o sempre
SJCampos/Parque Novo Horizonte
24 de dezembro de 1995
(edu planchêz)
acabaram perdendo completamente o humanismo
Ninguém merece tal coisa
A única ave
que se atreve ao sol
sou eu a borboleta inesquecível
Brasil
País cravado na vagina da América do Sul
Esse é o meu pedaço de planeta
Tal grão
Tal grau de latitude zero
(Ouço um sax negro, é a voz noite de Louis Amstrong)
Brasil de meus sonhos
Aqui ejaculo meus poemas
A qual América pertenço?
Brasil meu reino absoluto
Afino-me com a África pigmentar
e com os flamingos da Índia
Um vulto moreno negro aterrisa dançando
em todas as partes dessa escrita aromática
Batuca um blues, meu caro condor!
Batuca uma rumba, minha sariema!
Madrepérola da madrugada alçando um vôo atonal
sobre nossos colchões de todas as Américas
Aterriso nessa escrita com os oito passos de Sensei
Vejamos o piano pousado
no platô daquele penhasco de Pompéia
O poema rei se entope de rock
e cospe o fogo do embrião estelar
nas bocas dos pássaros que somos
Nosso reino, essa terra de frutas-pessoas
De coração para coração
De flor para flor
As flores nascidas na lama da miséria
alcançarão a magnitude de um sol
(Se lutarem convictas,
nos garante Sensei)
Em frente!
A montanha inoxidável nada representa
diante da determinação de um guerreiro iluminado
Vinde pássaros que sou pássaro,
projeto único de minha natureza profundamente humana
A flor que enfrenta sua miséria alcança
a magnitude de trinta bilhões de sóis
Estômago vazio, zero centavo em algum lugar
Duas latas para mantimentos
de alumínio prateado pousadas na mesa
Um mundo gigante acima e abaixo de meus doces pés
Nada de solidão
Cobranças, cobranças e muito mais cobranças
Do pai, da mãe, da ex-mulher,
dos irmãos, do atual sogro,
de mim para mim e do Estado
Meu pai comprou um GOL do ano
Minha atual mulher diz
que tomaremos água doce para matar a fome
Hoje estou a dar risadas da fada miséria
No calendário cristão é natal
Alimento-me de música
Sopa de música fumegando colcheias
sobre os telhados de toda a vizinhança
Música ralada enfeitando o macarrão invisível
Música roncando em meu estômago
Mastigo música
Bebo música
Peido música
Mijo música
Cago canções geniais dignas de um Mozart urbano,
urbóide, um bode, uma cabra, uma cobra, um leão,
um tiranossauro rex pra lá de gliter,
muito além do peso do mundo cético
que gentilmente me cerca
Acho que sou gênio e que a fome é linda
Nitiren diz que o que se passa nesse mundo
é apenas um milésimo do que passamos no outro
Então me mostre razão para lamentações
Eu que já cuspi sangue de demônios
de todos os céus imagináveis
cuspo música
Led Zeppelin/Rock/Reggae/Frutas/Flautas
Violões pratificados de terra sobrevoam
os móveis da sala,
diante do meu oratório
Budas vindos de todas as direções do universo
ouvem a música maravilhosa
que nos embala para o sempre
SJCampos/Parque Novo Horizonte
24 de dezembro de 1995
(edu planchêz)
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