(Por Diego El Khouri)
A linguagem é um vírus do espaço exterior.
Burroughs
I
pelas brumas
loucas envolventes
pelo sol que
me condena vivo
pela
nebulosidade que os dias se afirmam
rasgo minha
roupa toda
delicio com
o não estar do ambiente
empíricas
formas humanas atravessam séculos
com suas
caras feias e seus frágeis sexos sem grito e esperma
nauseabundos
expoentes cadavéricos finos
sapateiam na
pontinha
bem na
pontinha do “bunda lê lê” sonoro chulo
e eu grito a
sombra sonora do samba de botequim
arcaico moderno
palavras sangrentas
palavras
febris,
o penetrante veneno que é a face exposta do
poeta - bandido
sem mestre
ou discípulo
rebola no cu
das atmosferas falidas
(destruir
para reconstruir)
“cogito ergo
fumo”
a “libação
das páginas de poesia”
“no tênue filtro celeste
de teus espontâneos beijos"
de teus espontâneos beijos"
é colagem fixada em espinhos
uma rede fina na praia
bundas passando aqui e acolá
sem medo da censura
política ou moral
antes transgressão
rimbaudiana
escândalos
em bares, quebradeiras
hoje
silêncio na página amarela
miles davis
ao fundo novamente
Porgy and
Bess (mil novecentos e cinquenta e nove)
minhas asas
se partiram,
10 kilos a
menos
10 toneladas
de estresse
- ontem bebi
e vomitei
mil
novecentos altares -
soy negro de
la noche en posición fetal
yo soy la
luz de las estrelas,
el calor del
sol que sirve de refugio
y la
desobediencia fatal de lo absurdo
eu sou pois
quero ver em cima
da lua da noite
do teu traseiro
a lua
tingida de amor
teu sexo
desvairado, mulher,
tuas pétalas se abrindo
sugando para
dentro de ti
a brasa que
me faz poeta e bandido
penetro la
noche con fiebre
vagina
afundando em língua
molhada no
amor que se constrói
a cada manhã
sorrateira
o meu signo,
meu sexo se refaz
ó musa dos
grandes ventos,
éolo te espera de joelhos
no leito, no
quarto
nas paredes
abertas da alma da carne
do desejo da sede
da fome da gula
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