(Por Diego El Khouri)
se romper nas hordas celestiais
o vinho
quimérico
do medo
tragando a morte
para as
portas do desespero
escravo dos dias que fugi
carrasco
do tempo
que não vi
esse sou eu
ausente da
luz
da aurora
egocentrismo
sem
ritmo
riso
subalterno da manhã
(o mal estar
de todas as manhãs)
preso na vida
e na vida
reclamando
sou a
puta clamando novo afã
a mente
há tempos anda nada sã
minha mãe é o pecado
por vomitar tamanho asco
acho tudo perdido
nesse corpo
cheio de vícios
o álcool ditirâmbico me inflama
nervos podres, tudo
parece vão
preso
mais um dia
grades me devoram a razão
enlouquecido me sinto
e não sinto nada que não seja abismo
Ah eu clamo
o
infinito!
melancólico
infinito!
translúcida imagem do perigo
o sono me sufoca os poros
sei que a doença me levará ao desconhecido
sei que jamais serei ouvido
sou um deus suicida
sem reino
aqui e
nem no paraíso
amarrem os braços para que a poesia cesse
sua voz de escárnio
perfurarem o peito
para que o canto seja fresco e abafado
espezinhem os heróis
para que todos fiquem carecas e sem voz
molestem mulheres para que todos
chupem suas plebes sem métrica
trancafiem sonhos
para que todos se escondem em sua sombra
ouçam minha voz
ela está seca e quebrantada
pois o tapete torto
que os olhos febris reparam
é mania que o século acumula
estou de mente turva e isso ninguém checa
estou de alma perfurada e ninguém enxerga,
olha essa plebe, esses reis e soldados
superiores ao o que eu
chamo
desesperadamente
( diegoeLkhouri )
: essa
merda abafada.